ou a Guerra Norte Sul
Dizem os órgãos de comunicação social em Amarante que a sessão da Assembleia Municipal do passado dia 25 de Fevereiro foi marcada por uma certa sonolência, aparentemente relacionada com a “desinteressante” Ordem de Trabalhos.
Penso que todas as sessões da Assembleia Municipal se revestem de enorme importância sejam ordinárias ou extraordinárias, todas elas fundamentais para o exercício do poder autárquico e cumprimento de um mandato conferido pelo voto popular.
Se acaso a discussão sobre as questões do Município não são mais intensas ou profundas tal só poderá dever-se à apatia, falta de vontade ou capacidade de intervenção dos deputados municipais, eles próprios a base da assembleia.
Pelos vistos a referida sessão de 25 de Fevereiro não despertou nos deputados municipais, genericamente, grande vontade de intervenção.
Vila Meã salvou a pobreza da discussão Municipal ao tornar-se o objecto da única ocasião em que se reparou estarmos em plenário, num órgão onde a discussão deve representar a essência do mesmo, sem complexos, sem rancores, com cidadania e urbanidade, enfim, democraticamente.
Estou, mais uma vez, grato a Vila Meã pelo contributo.
Porém, e haverá sempre nestas questões um eterno porém, os motivos da abordagem de Vila Meã naquele órgão foram originários de uma doentia preocupação já habitual quando a Vila Meã se referem a maioria dos deputados não naturais ou residentes neta região.
O assunto, chamado de “Guerra Norte Sul” (sic) por um dos deputados prendeu-se com a eterna questão matemática de verbas atribuídas a Vila Meã, comparadas (como der mais jeito) com verbas para Amarante/cidade. Desta feita o jogo matemático resultava da análise ao somatório das verbas atribuídas pela Câmara Municipal às Instituições do concelho, publicadas pela imprensa amarantina, como impõe a Lei.
Assistiu-se a um desenrolar de comparações matemáticas, instituição a instituição, sub-totais e totais finais ali devidamente dissecados.
Comparou-se o rol das instituições “privilegiadas” com os subsídios, geograficamente disseminadas e rotuladas por serem ou não serem de Vila Meã.
As intervenções, várias, começaram com termos bélicos (a guerra norte-sul), derivaram para questões geográficas de centro-periferia, até que finalmente alguém, arrematou assumindo que a Vila Meã se referia a comparação.
Assistimos a um chorrilho de acusações e comparações que derivam de um erro da parte dos senhores deputados por ignorarem que tal relatório se referia, como impõe a Lei, aos subsídios do último semestre de 2005, já que os atribuídos no primeiro semestre foram publicados, como impõe a Lei, em Julho de 2005.
Veio, despudoradamente, ao de cima o que já todos sabíamos: a Vila Meã devem ser dadas as migalhas, na opinião da maioria dos deputados de amarante-cidade. Para esses Vila Meã conta como contribuinte: líquido na receita municipal; sólido na participação nos actos eleitorais.
Estamos conversados.
(Sublinhe-se aqui a intervenção esclarecedora do ex-vereador responsável pelo Pelouro. Honra lhe seja feita)
Como dizia o tal espanhol: “ no creo en brujas; pero que los hay, los hay…..”
Raimundo Carvalho